Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Novidades

Confira nossas novidades

Consumo de orgânicos impulsiona o mercado em Santa Catarina
Consumo de orgânicos impulsiona o mercado em Santa Catarina
16/03/2020

A busca por qualidade de vida e o interesse da população por uma alimentação mais consciente tem impulsionado o mercado de orgânicos em Santa Catarina, que já é o quarto maior produtor de alimentos deste tipo no Brasil. Ao todo, 2.920 produtores do estado fazem algum tipo de produção orgânica. Isso representa 1,35% de toda a produção de orgânicos no país, que conta com 69 mil estabelecimentos agropecuários dessa natureza. Destas, cerca de 21 mil são certificadas como Unidades de Produção de Orgânicos (UPOs), sendo que 41% delas estão na Região Sul. Os dados são da pesquisa da Comissão da Produção Orgânica da Epagri, em parceria com a Superintendência Federal da Agricultura em SC (SFA/SC) e do Censo (IBGE) de 2017.

 

Pesquisador do setor primário de alimentos há mais de 20 anos, cozinheiro, curador de insumos locais e engenheiro de aquicultura Fabrício Flores Nunes, que é pós-doutor na área de contaminação ambiental, destaca que, se os consumidores compram orgânicos por uma questão de qualidade de vida, o número de produtores também cresce não só no meio rural, mas até no urbano, por motivos semelhantes. Entre 2017 e 2018,o número de produtores catarinenses que cultivam orgânicos cresceu 12,9%. “Aqui mesmo, na Grande Florianópolis, vemos um movimento de pessoas mudando de vida para cultivar orgânicos. Administradores, gente bem-sucedida na carreira, mas que quer um trabalho com mais propósito e conexão com a natureza”, relata Flores, que também está à frente da Flor & Sal Cozinha Criativa. 

 

Tanto que um dos desafios tem sido escoar a produção. “A demanda está crescendo e quem consome também não sabe muito bem onde comprar”, explica Flores. Para além das já conhecidas feirinhas, consumidores e produtores têm organizado alternativas como vendas coletivas com “assinatura” de orgânicos. 

 

Esse movimento também chegou ao varejo tradicional, que destina cada vez mais gôndolas aos orgânicos. Além do setor de legumes, frutas e verduras (LFV), os orgânicos estão tomando conta de outras prateleiras como as de biscoitos, cereais e até de bebidas. A terceira maior rede supermercadista de Santa Catarina, o Bistek, por exemplo, criou uma feira que começou ocasional e agora integra o calendário com data fixa, com 20% de desconto em toda a linha de orgânicos, de sexta-feira a domingo, sempre no último fim de semana do mês, em todas as suas lojas.

 

O diretor de marketing da rede, Wagner Ghislandi, afirma que os consumidores buscam, cada vez mais, por produtos que condizem com um estilo de vida saudável. Uma explicação para isso é o envelhecimento da população, que faz com que as pessoas pensem na saúde a longo prazo. Outro fator que impulsiona a venda de orgânicos nos supermercados, para Ghislandi, é a busca da praticidade sem abrir mão da qualidade.

 

Tabela para base de preços

 

Mesmo com o crescimento da produção e da demanda, ainda não há, no Brasil, um tabelamento dos preços. Por isso,um levantamento pioneiro está sendo organizado pela Epagri e pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para estruturar um sistema de preços de produtos orgânicos para oferecer à sociedade uma maior transparência nas negociações. A intenção não é, porém, fazer uma comparação com produtos não-orgânicos: “Não dá para comparar o que é plantado e colhido com as mãos com o que é mecanizado”, defende Flores. 

Compartilhar esta notícia:
twitter whatsapp